Mesa: "A prova que exige um veredito: O caso do abolicionista africano Lourenço da Silva Mendonça no Atlântico e a resposta do Vaticano no século XVII" 

Esta mesa analisará o envolvimento dos africanos na abolição da escravatura, frequentemente reduzido a revoltas em navios, quilombos e escravos fugitivos. No entanto, a palestra apresenta um caso legal de abolição organizado internacionalmente, liderado pelo nobre angolano Lourenço da Silva Mendonça, e a reação do Vaticano ao caso, com 11 propostas. Argumenta-se que um movimento abolicionista liderado por africanos, em solidariedade com outros grupos marginalizados, precedeu os abolicionistas europeus. Em 6 de março de 1684, Mendonça apresentou no Vaticano um processo judicial exigindo a abolição da escravatura, incluindo grupos de descendência africana na Espanha, Portugal e Brasil, além de cristãos-novos e indígenas nas Américas. Esta iniciativa internacional, liderada por africanos, não é amplamente reconhecida na história dos movimentos abolicionistas. Em seu discurso, Mendonça questionou a escravatura atlântica com base em quatro princípios: Leis Humanas, Naturais, Divinas e Civis. Sua relação com cristãos-novos, nativos brasileiros e outros africanos foi crucial para defender os direitos humanos universais, a liberdade e a humanidade.

A mediação da mesa será feita pelo integrante do NNUG Matheus Sena, e a palestra será ministrada pelo Prof. Dr. José Lingna Nafafé, da Universidade de Bristol, no Reino Unido. O evento ocorrerá no período entre as aulas, das 18h às 19h30, na sala da congregação da Universidade. O evento está sendo realizado pela Cátedra Lourenço da Silva Mendonça - Crítica à formação colonial, reparação e antirracismo, IEAC/Unifesp e NNUG.