Tecnopolíticas e Democracia no Antropoceno

Apresentação

Diante da tripla crise que enfrentamos – epistêmica (mutações no regime de verdade), política (erosão das instituições democráticas) e socioambiental (crise climática) – pretendemos investigar algumas trajetórias de criação e desenvolvimento sociotécnico relacionadas aos desafios de transição societal face à urgência climática do Antropoceno. Reconhecendo a forte agência dos arranjos sociotécnicos e a maneira como a inovação tecnocientífica tem influenciado e governado os modos de vida contemporâneos, este grupo de trabalho está interessado em investigar a hipótese da diversidade cosmotécnica como expressão de inovações democráticas situadas, capazes de imaginar e promover rotas de bifurcação tecnológica diante do colapso civilizatório e socioambiental em curso.


Objetivos

Promover linhas de investigações interdisciplinares e inovação metodológica no campo das humanidades ambientais e tecnológicas que contribuam para o fortalecimento de uma cultura tecnopolítica democrática orientada pelas urgências socioambientais no Antropoceno.

Seminário ESCALABILIDADE


Neste encontro propomos um diálogo entre nossas pesquisas e estudos a partir do tema “ESCALABILIDADE”.


Quando: 1 de julho de 2024 das 15:00 as 17:00

Webinário virtual


A escalabilidade aparece como um conceito fundamental na formação projetual da engenharia; ela é um tema central na geografia e na relação tempo-espacial histórica; na sociologia a relação entre agencia-estrutura, micro-macro e os modos de associação e ação institucional e política, na antropologia a escalabilidade tem sido problematizada em sua forma epistêmica e politica de redução da socio-bio-tecno-diversidade; na filosofia e na teoria política a escalabilidade é um problema central na relação entre o desenho instituicional, o espaço, os atores e os não-atores que que dão forma à comunidade política. O capitalismo como maquina codificadora transescalar na plantation, na produção fabril, a computação, a monocultura tecnocientífica, as fronteiras…

Alternativamente ao modelo da escalabilidade homogeneizante, como poderíamos realizar outros modelos de eficiência societal baseadas na proliferação da diferença no interior do sistema? E se ao invés da simplificação ecológica da plantation computacional, fôssemos capazes de criar outras de formas de colaboração na produção de conhecimento tecnocientífico, que promovam as alianças que amplificam e sustentam mundos mais diversos?

Uma condição fundamental para isso ocorrer indica para a retomada da localidade e a capacidade de autodeterminação (situada, coletiva e democrática) sobre as infraestruturas de nossas vidas. Noutras palavras, uma autonomia tecnológica relacional amparada na interdependência entre aqueles (humanos e não-humanos) que produzem uma comunidade política. Ao invés da soberania imunitária (das rígidas fronteiras entre o dentro e o fora, do amigo-inimigo) e da autossuficiência (do indivíduo, na nação, da empresa), investir na produção do vínculo. A prática da diversidade cosmotécnica é também uma cosmopolítica.

Fonte Imagem: Projeto Calculating Empires: https://calculatingempires.net 

Encontro Inaugural - 17 de abril de 2024


Reunião Hibrida - 17/04 - 15:00 as 17:00hs Local Fisico: Sala de VideoConf da Proec no Predio da Reitoria-Unifesp Local Virtual:


Atividade Preparatoria

A partir do texto inicial do projeto, cada um de nós deverá escrever 1-2 parágrafos, não mais do que uma página, sobre as ressonâncias e confluências entre o texto do projeto e suas questões/interesses atuais de pesquisa. Dito de forma simples, quais são suas atuais inquietações teóricas/políticas, suas urgências face aos problemas enunciados no projeto Tecnopolíticas e Democracia no Antropoceno?

O objetivo é que através desses fragmentos possamos nos conhecer um pouco mais e também cartografar o que nos anima. Esses pequenos textos poderão ser enviados como um email para a lista que criamos.

Contato

E-mail: henrique.parra@unifesp.br