SciCi

Linha 2 

membros e pesquisa

Pesquisadores brasileiros

Ana Nemi - Professora Associada/Unifesp (Coordenadora do GEP - Linha 2)

Título da pesquisa: Sistemas de Saúde em perspectiva comparada: O SUS e o NHS, histórias em contraste.

Propõe um estudo sobre os sistemas de saúde do Brasil e da Inglaterra considerando-se suas determinantes históricas entre os séculos XIX e XX. Os primeiros passos desta pesquisa foram financiados pela Fapesp, fato que permitiu digitalizar um conjunto de documentos na Inglaterra para realizar a perscrutação da construção histórica do sistema de saúde inglês ainda antes do NHS. Espera-se estabelecer um diálogo entre as trajetórias dos dois sistemas de saúde destacando-se o financiamento do atendimento à saúde nos dois países, e dentro dele os gastos tributários em saúde do Estado que marcaram as duas trajetórias, e as políticas de aplicação de recursos tecnológicos e científicos em suas estruturas.


André Mota - Docente e Pesquisador - FMUSP

Título da pesquisa: São Paulo: Modernidade, doenças e ciência

A pesquisa aqui apresentada traz como eixo central de análise, a relação estabelecida entre a cidade de São Paulo a partir dos anos de 1930, quando se vê em franco processo de metropolização com contornos de uma determinada modernidade, comportando não apenas reconfigurações urbanas e populacionais, mas também de enfrentamento de doenças novas e velhas que tomaram a cena e ajudaram explicar a cidade, a partir das chamadas “doenças do progresso”. Com elas na pauta das autoridades médicas e de saúde, mas principalmente na vida de seus cidadãos, vai sendo possível compreender o desenho da cidade e o lugar dos indivíduos, noção central das arestas que comporiam a chamada “modernidade paulistana”.


Cristina Campos – Docente e Pesquisadora – Unicamp

Título da pesquisa: Representações da Saúde Pública norte-americana: as fotografias de Geraldo Horácio de Paula Souza, 1918-1920

Em fins do século XIX o mundo ocidental industrializado implantava em suas cidades redes de saneamento. O estabelecimento de tais redes impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias e a organização de disciplinas acadêmicas voltadas para estas complexas infraestruturas, empenhadas na resolução dos problemas impostos pela urbanização. Uma coleção de fotografias do fim da década de 1910, de autoria do professor Geraldo Horácio de Paula Souza (1889-1951), permite não somente entender a importância de tais infraestruturas às cidades, mas como um novo campo do conhecimento foi estruturado e direcionado para a salubridade urbana: a saúde pública. O objetivo desta pesquisa é organizar, digitalizar e analisar este conjunto de fotografias inéditas, que retratam várias cidades dos Estados Unidos da América e suas respectivas infraestruturas urbanas. As fotografias foram realizadas pelo próprio Paula Souza, durante seu doutoramento em Higiene e Saúde Pública pela Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Parte-se do entendimento que tais imagens fazem parte da formação acadêmica e profissional em Saúde Pública de Geraldo Paula Souza, campo do conhecimento do qual este professor foi um dos principais difusores no Brasil. Esta pesquisa tem como objetivo ainda, a partir do material digitalizado, a formação de um banco de dados para abrigo do material. Devidamente organizadas e analisadas sob a perspectiva de autores que ressaltam a importância da fotografia enquanto fonte documental, o resultado final desta investigação histórica será a publicação de um livro com os resultados da pesquisa.


Daiane Rossi - FIOCRUZ - pós-doutorado, FAPERJ

Título da pesquisa: Mulheres nas ciências: profissionalização e trajetórias científicas (Rio de Janeiro - DF, 1940-1960)

Esta investigação tem como objetivo analisar a trajetória profissional de mulheres que atuaram como pesquisadoras em instituições científicas no Rio de Janeiro (Distrito Federal) entre a década de 1940, marcada pela ampliação do ensino superior, sobretudo a partir da criação da Universidade de São Paulo e da Universidade do Brasil em anos anteriores, e a década de 1960, em que se destaca a formulação de mecanismos institucionais na definição de critérios para atividade científica. O objeto desta pesquisa consiste em um grupo de 281 mulheres citadas nominalmente em um inquérito realizado pela Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em 1957, cujo objetivo era organizar um cadastro das instituições que efetuavam pesquisa científica, básica e aplicada no Brasil. Este projeto se filiará aos estudos prosopográficos enquanto recurso metodológico útil à investigação de características que configuram um grupo social representativo. Como resultado espera-se que a construção da prosopografia/biografia coletiva das mulheres que atuaram em instituições científicas do Rio de Janeiro evidencie um grupo pioneiro em termos de escolaridade em nível superior que possibilitou a realização de uma carreira técnico-científica em diversas áreas de atuação, especialmente na física, química, biologia, matemática, ciências sociais, pedagogia e geografia.


Gisele Sanglard – Docente e Pesquisadora - FIOCRUZ

Título da pesquisa: A infância pobre no Rio de Janeiro e a Santa Casa da Misericórdia: saúde, doença e assistência (1889-1930)

O presente projeto pretende investigar aspectos da história da assistência à infância pobre realizada pela mais importante instituição de saúde do Rio de Janeiro, entre 1889 e 1930, levando em consideração aspectos sobre saúde e doença. Em especial, objetiva estudar quem eram os pobres atendidos pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro; bem como quais doenças mais afligiam este público. A partir do cruzamento destes dados pretendemos conhecer melhor como se estruturava a assistência prestada por esta irmandade às crianças pobres da cidade e como ela foi se transformando ao longo do tempo – quer ampliando sua rede de assistência à infância, quer modificando as já existentes.


Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho – Docente e Pesquisadora - UFABC

Título da pesquisa: Experiências Cruzadas em uma Cidade-Laboratório. A Politização da Doença, da Saúde e da Ciência em São Paulo (1890-1970)

O Projeto investiga a trajetória de personagens e instituições que se valendo de suas posições de poder produziram e reproduziram estratégias políticas associadas a doutrinas, medicamentos, terapêuticas e demais dispositivos que compõem o universo das práticas e da produção do saber no campo biomédico. Interessa ao projeto a circulação e o desvelamento das intrincadas relações que imbricam poder público, instituições de ensino e pesquisa, fundações filantrópicas e associações beneméritas, entes privados e personagens que operaram, e ainda operam, a retórica médico-sanitária-científica no diapasão da positividade. Interessa, enfim, a decomposição das camadas organizadoras do aglomerado de interesses, pactos e compromissos assumidos pelo conjunto dos indivíduos que transitaram nos aparatos médico-sanitários-científicos e operaram suas engrenagens em diferentes escalas e hierarquias nas respectivas estruturas.

Trata-se, portanto, de compreender a lógica, a dinâmica e a estrutura que sustentaram e reproduziram um ordenamento social específico que usufruiu, e ainda desfruta, de grande legitimidade e prestígio. A análise assim proposta toma como marco territorial e temporal a cidade de São Paulo entre as décadas de ascensão republicana, no final do século XIX, até meados dos anos 1960 e propõe a metáfora da "Cidade-Laboratório" para circunscrever sua emergência como espaço de predomínio da racionalidade técnica e da experimentação desprovida de contestação. Uma dimensão transversal ao projeto procura identificar o transbordamento dessas práticas e concepções para o interior do estado e propõe analisar de que maneira tais valores se disseminaram e se amalgamaram em um novo conjunto de crenças. Assume relevo no interior do projeto a análise das pesquisas, práticas, terapêuticas e medicamentos associados em um sentido amplo ao escopo da Saúde Pública em sua agenda de enfrentamento de endemias, epidemias e pandemias. Porém, mais particularmente, o projeto pretende se debruçar sobre a produção de conhecimento e de intervenções vinculadas aos chamados transtornos mentais, no âmbito da Psiquiatria, da Psicanálise e especialmente da Neuropsiquiatria, com destaque para dois tópicos. De um lado, a medicalização da homossexualidade entendida desde meados da década de 1930, e por mais de quarenta anos, como uma patologia de origem endócrina. Essa abordagem encontrou acolhimento significativo em São Paulo, sobretudo a partir das pesquisas de José Ribeiro do Valle, em um circuito que teve origem na Faculdade de Medicina de São Paulo e se estendeu pelo Instituto Butantan e Escola Paulista de Medicina. De outro, a ampla disseminação entre os anos 1940 até início da década de 1960 das chamadas psicocirurgias e de terapias agressivas, como o eletrochoque, que parcialmente cederam espaço perante o surgimento dos psicofármacos, medicamentos que teriam, dessa forma, contribuído para o declínio de intervenções incapacitantes, mas cujos efeitos deletérios ainda permanecem em debate. Interessa particularmente a circulação dessas práticas entre o Hospital do Juquery, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e a Escola Paulista de Medicina, instituições matriciais na formação do corpo da pesquisa biomédica na capital e em suas ramificações pelo estado.

No espectro da Psiquiatria e da Neuropsiquiatria interessam também as disputas por legitimidade e proeminência entre dois personagens decisivos, Antônio Carlos Pacheco e Silva e Adherbal Tolosa, que remetem, por sua vez, às vertentes fundadoras dessas áreas, representadas por Franco da Rocha e Spencer Vampré, e ao espaço da assistência hospitalar e da clínica que convergem em direção ao Hospital das Clínicas e ao Instituto de Psiquiatria, ambos vinculados a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Destaca-se, portanto, na análise a trajetória de formação e atuação de médicos diplomados pelas duas escolas médicas da capital. Desse modo, instituições de ensino médico, seus hospitais e institutos correlatos de pesquisa, além de dispositivos médico- punitivos, são recortes privilegiados na análise desse circuito de hegemonia da racionalidade médico-científica que tomam São Paulo como Cidade-Laboratório. As duas instituições, concorrentes e complementares, são aqui entendidas como as principais pletoras do poder e prestígio que alavancaram a hegemonia do conhecimento técnico-científico do campo biomédico em São Paulo.


Maria Renilda Barreto – Docente e Pesquisador FIOCRUZ/CEFET/RJ

Título da pesquisa: Reinventando a vida nos territórios de escravidão moderna: assistência, pacificação social e poder de distinção no Brasil Imperial

O projeto apresentado tem por objetivo discutir os mecanismos de organização da assistência à saúde, no interior da Bahia, na primeira metade do século XIX, a partir da criação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Nazaré, em 1830. Investiga-se a composição social, racial, econômica e de gênero do grupo social que organizou a irmandade, as finalidades e como essa estrutura se ajustou às demandas do cenário local, nacional e global. A Irmandade de Nazaré, a ser investigada nesta pesquisa, oferece uma possibilidade de compreender o protagonismo da população afrodescendente e da experiência de interiorização da assistência à saúde no Brasil Império. A historiografia recente tem revelado que a escravidão fomentou alterações que extrapolaram a esfera econômica, modificando as interações sociais, culturais, científicas, artísticas, filosóficas, linguísticas, educacionais, territoriais, jurídicas dentre outros campos das relações humanas. A fundação de irmandades para projetar grupos e para assistir a pobreza será compreendida como ação social em momento de contrarrevolução. Não por acaso, o recôncavo rebelde foi alvo da fundação das Santas Casas em Cachoeira, Nazaré e Maragogipe. O antigo modelo de articulação entre estado e sociedade em prol do controle social é reorganizado pelas elites locais e tem, a um só tempo, o papel de diálogo entre os poderes local, estadual e nacional, bem como a organização de segmentos sociais em prol de uma agenda comum: a resolução das questões sociais. As confrarias e seu poder de articulação político-social foi uma herança do período colonial, remodelada e ampliada numericamente a partir do século XIX. A hipótese central é de que a população negra (pretos, pardos e mestiços) elaborou estratégias híbridas de diferenciação social, capitalizou prestígio, ampliou os contatos sociais e deu o tom da civilidade local, através da criação de uma irmandade, tradicionalmente de homens brancos, da elite financeira e política. Essa opção interpretativa alinha-se a perspectiva proposta por Paul Gilroy, onde as trocas transnacionais e transculturais fizeram surgir culturas planetárias híbridas e heterogêneas. Para a execução dessa pesquisa as principais fontes documentais são: o Compromisso da Irmandade da Santa Misericórdia da Constitucional Cidade de Nasareth, de 1852; os registros paroquiais de óbito, os testamentos e a compilação dos documentos da instituição, reunidos na obra Um século de evolução: contribuição histórica (1o de fevereiro de 1831 – 1o de fevereiro de 1931), publicado em 1933 e republicado em 2006.


Pesquisadores extrangeiros

Isabel dos Guimarães Sá – Docente e Pesquisador - Universidade do Minho, Portugal

Título da pesquisa: Acumulação de património e caridade em contexto pré-fiscal: o caso da Misericórdia do Porto

Ainda que competisse à Coroa estimular a fundação e proteger as misericórdias – que viriam a ser as principais instituições de caridade em Portugal e no seu império-, as suas possibilidades de as custear eram limitadas, passe a ausência de um sistema unificado de impostos e a constante mobilização de recursos para outras despesas (militares, de representação, tenças, etc.). Dessa forma, as instituições tinham de proceder a uma angariação constante de recursos, quer através de esmolas e doações inter-vivos, mas sobretudo a partir da captação de heranças e legados dos defuntos. Conventos, abadias, igrejas paroquiais, ordens terceiras, confrarias, hospitais, e Misericórdias contavam com o património dos mortos para sobreviver. Sob a forma de terras, muitas vezes vinculadas, padrões de juro, propriedades urbanas, mas também através do dinheiro procedente da venda de recheios de casas e quintas (animais, alfaias, móveis, jóias, roupas), e pessoas escravizadas. Bens convertidos em dinheiro, por sua vez gasto em celebrações em prol da salvação da alma, entre as quais se incluíam as práticas de caridade, ainda que numa proporção menor do que as celebrações litúrgicas. É esse universo de dádivas e contra-dádivas que será explorado ao longo do seminário, partindo do estudo de caso da Misericórdia do Porto.


Juán António Rodríguez Sánchez – Docente e Pesquisador. Universidade de Salamanca, Departamento de Historia de la Ciencia, Studies Historia de la Ciencia, Gender Studies, and Religion

Título da pesquisa: Medicina y Caridad: Narrativas de la Experiencia Hospitalaria desde La Memoria Postpoliomielítica

En el año 2010 los países pertenecientes a la Organización Mundial de la Salud debieron incorporar las categorías diagnósticas acordadas en la Clasificación Internacional de Enfermedades, en cuya décima revisión quedaba recogido, con el código G-14, el Síndrome Post-Polio. Dicho síndrome consiste en una debilidad en los músculos que habían sido afectados varias décadas antes por la poliomielitis, pero también en los que aparentemente no lo fueron. A ello se unirían, como síntomas más destacados, fatiga, dolores articulares y atrofia en un proceso crónico y degenerativo de causa incierta e incidencia muy variable (entre el 20 y el 80% según diversos estudios). Sin embargo, lo que pone de manifiesto esta aparición del síndrome como categoría diagnóstica no es una inesperada irrupción del mismo en la clínica, sino, por el contrario, la resistencia médica y social a reconocer que los problemas derivados de las epidemias de poliomielitis que azotaron los países desarrollados a mediados del siglo XX no habían concluido y que los logros en la erradicación del virus se acompañaban de deficientes medidas para responder a las necesidades sociosanitarias de quienes sobrevivieron a la enfermedad. Este proyecto busca comprender la trayectoria aquí resumida.


Margarita Vilar (Universidade La Coruña) e Jerònia Pons Pons (Universidade de Sevilha) - Docentes e Pesquisadoras.

Título da pesquisa: Las claves históricas del desarrollo hospitalario en España y su comparación internacional durante el siglo XX

El proyecto planteado mantiene un análisis interdisciplinar entre especialistas de la Historia Económica, Historia Social e Historia de la Medicina y se propone dos grandes objetivos fundamentales. Primero, analizar otros factores que incidieron en la configuración del mapa histórico hospitalario al margen del sistema de financiación. Segundo, comparar el desarrollo histórico del sistema hospitalario español con otros países a través de más análisis comparativo internacional. Este enfoque comparativo nos permitiría también valorar en qué medida los factores propuestos (al margen de la financiación) han resultado vinculantes en los diferentes países para conseguir un sistema hospitalario de calidad internacional reconocida.



(Ref. RTI2018-094676-B-I00)”. Está financiado por el Gobierno de España y la Unión Europea. Projeto disponível em: http://institucional.us.es/hshe/proyecto/

Martin Gorsky – Docente e Pesquisador - London School of Hygiene & Tropical Medicine

Título da pesquisa: The World Bank’s Advocacy of User Fees in Global Health, c.1975-1990.

From the 1970s, the World Bank broadened its development lending to include health services, initially under its population programme, then through direct loans to the sector. It rapidly emerged as a dominant international actor in this field, wielding greater financial power than the World Health Organisation (WHO), despite its comparative lack of representativeness. In the 1980s a series of Bank publications addressed policy towards paying for health care, culminating in Financing Health Services in Developing Countries: An Agenda for Reform (1987). This made an economic case against the use of public funding and provision of curative services, arguing instead for a mix of third-party insurance and user charges. Standard histories suggest that this was highly influential on subsequent lending practices, aligning with the broader conditionality of structural adjustment loans to poor countries by both the Bank and IMF. By the 2000s evaluations of the impact of user fees on utilisation affirmed that they had proven to be a significant barrier to access, with deleterious impacts on population health. This Project examines why the World Bank adopted a strategy which proved so unsuccessful. Critical histories emphasize the role of neoliberal ideology trumping evidence, or the influence of the privatisation and deregulation aspects of the Washington Consensus. The method here is to interrogate recently declassified archival material from the Bank in Washington, DC, augmented by oral history interviews to construct an intellectual history of the policy on user charges as it developed from the 1970s. While offering some support for the role of theoretical dogmatism, it provides a more complex reading, in which there was no single ‘Bank view’, in which concerns for equity and the position of the rural poor loomed large, in which a prior consensus around the scale and potential of out-of-pocket payment was built, and in which lines of affiliation with the more progressive ambitions of ‘Health For All’ articulated by the WHO could be detected.


Philip J. Havik – Investigador Principal - Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa

Título da pesquisa: Mundos de (sub-)Desenvolvimento: processos e legados do império colonial português numa perspectiva comparada (1945-1975)’

Investigação multidisciplinar centrada na saúde global e medicina tropical, sistemas de saúde, antropologia da saúde, história da medicina tropical e medicina tradicional e integrativa, além da governação colonial e pós-colonial e o desenvolvimento de ecossistemas, com um enfoque na região de África sub-Saariana e nos PALOP em particular. Atualmente, concentra-se na análise longitudinal de sistemas de saúde e programas de controle epidemiológico nos PALOP, e sobretudo em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, no quadro alargado da cooperação internacional e regional em saúde na África sub-Saariana. Também se estende a percepções, atitudes e práticas da prestação de serviços clínicos no que diz respeito a medicina social e cuidados primários nos PALOP, e em Portugal. Além disso, incide sobre a flora medicinal e tradições médicas na África sub-Saariana, além do estudo de ecossistemas, a agricultura e o desenvolvimento económico dos PALOP, e a Guiné Bissau em particular.



Obs. Projeto co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e a FCT (PTDC/HAR-HIS/31906/2017 – POCI-01-0145-FEDER-031906).

Tiago C. P. dos Reis Miranda - CIDEHUS-UÉ

Título da pesquisa: Repositórios bibliográficos e documentais para a história da Assistência e da Medicina em Portugal

A «desmaterialização» dos arquivos em Portugal iniciou-se nos anos ’90 e desde essa altura se desenvolve de forma nem sempre constante, embora, por vezes, com grande vigor, ocasionando lacunas, disparidades e redundâncias, que se refletem em praticamente todas as áreas do conhecimento e da investigação.

As mais volumosas bases de dados e os mais abrangentes repertórios on line do país encontram-se a cargo das duas grandes repartições do Estado dedicadas à preservação do património bibliográfico e documental: a Biblioteca Nacional de Portugal e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Internamente, ambas coordenam projetos de integração de acervos digitais: a BNP centraliza dados oriundos de diversas instâncias político- administrativas, pedagógicas e científicas, envolvendo também fundações e coletividades socioculturais; a Torre do Tombo encabeça um conjunto constituído pelos dezoito arquivos dos antigos distritos e os das duas regiões autónomas (Açores e Madeira), onde se concentram sobretudo espólios de entidades públicas. No âmbito externo, tanto a BNP como a Torre do Tombo têm acordos com as suas congéneres noutros países e fazem parte de redes bastante maiores, assentes em afinidades históricas, políticas e/ou geográficas, como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia. Todas essas articulações tendem a ter algum tipo de expressão digital. Refiram-se, por exemplo, o Projeto Resgate - Barão do Rio Branco, a Biblioteca Digital Luso-Brasileira e a Europeana.

Para a história da Assistência e da Medicina em Portugal, decorrem daqui algumas notícias positivas: em primeiro lugar, existem on line bons catálogos de coleções bibliográficas e de grandes acervos documentais de instâncias ou entidades com competências na área da Saúde, ligadas ao Estado, pelo menos até ao início do século XX; em segundo lugar, no caso das fontes impressas, costuma também ser possível localizar na internet cópias digitalizadas de qualidade, para leitura e, eventualmente, download. Mais difícil continua, porém, o acesso à maior parte dos acervos de irmandades ou corporações com vocação caritativa, porque, mesmo no caso (particular e excecional) da Misericórdia de Lisboa, todas elas conservam ainda uma assinalável independência em relação às autarquias e ao Governo.

Entre os aspetos que atualmente se pode estudar de uma maneira exaustiva e, quase em exclusivo, com recursos on line, estão os parâmetros formais para o exercício da Medicina: praticamente todo o corpo legal português encontra-se na internet, e o mesmo se pode dizer em relação aos registos parlamentares, desde as Cortes de 1820. Quanto à «doutrina» que ao longo dos séculos orientou a atividade de físicos, boticários, médicos e cirurgiões, seja singularmente, seja em hospitais ou hospícios civis ou militares, nas enfermarias de presbitérios, conventos, mosteiros ou casas professas, o crescente cuidado na identificação de marcas de proveniência de livros antigos começa agora a permitir conhecer um pouco melhor os recursos bibliográficos efetivamente disponíveis em cada contexto.


Núcleo Discente

Bruno Mastrantonio - Mestre em História/Unifesp, Doutorando em Medicina/FMUSP)

Título da pesquisa: Sob o véu da multidão: contágio mental, criminalidade e loucura em São Paulo (1890-1930)

Esse período compreende intensas transformações no cenário urbano paulistano, resultado das investidas modernizantes que prometiam concretizar o progresso. Em meio à reorganização dos espaços, a cidade vivenciou um aumento populacional cada vez mais intenso, composto por negros libertos, imigrantes e operários que, na maioria das vezes, estiveram excluídos desse processo modernizador. Assim, a presença da “multidão” tornava-se uma constante no cotidiano da cidade, e em virtude dos projetos de higienização dos espaços públicos, logo se tornou uma problemática que viria a ser alvo também da psiquiatria e da criminologia. Crime, loucura e epidemias poderiam estar escondidos sob o véu da multidão anônima, irracional e perigosa. Para mapear as investidas dos saberes e práticas médicas contra as multidões, o projeto pretende analisar os discursos e as técnicas desenvolvidas para mapeá-las, educá-las e controlá-las, adestrando a “ameaça urbana” e prevenindo a população de seus “contágios psíquicos”. Em diálogo com a Saúde Coletiva, pretendemos colaborar na compreensão dos fenômenos sociais e políticos dos agentes pretéritos que direcionaram ou frearam determinadas práticas médicas no que diz respeito às coletividades urbanas. Contrapõe-se a visão médica com a produção jornalística do período, onde as insurreições e greves tornam-se notícia, alastrando a ideia de periculosidade das massas. Com tudo isso em vista, pretende-se avaliar se houve um projeto definido de controle da multidão dentro da medicina, isto é, quais saberes e práticas surgiram como resposta à essa ameaça constante para além do movimento sanitário que marcou a capital paulista na virada do século.


Giulia Cristiano - Mestranda em História/Unifesp

Título da pesquisa: A relação entre Antonio Carlos Pacheco e Silva e a Fundação Rockefeller: fragmentos da constituição do campo psiquiátrico em São Paulo

A Fundação Rockefeller (FR) foi responsável por financiar diversas áreas da saúde pública e ciência ao redor do mundo durante a primeira metade do século XX. A organização voltou sua atenção ao Brasil em 1916, data das primeiras tratativas entre a Fundação e instituições brasileiras. Por meio dessa parceria, a FR disponibilizou inúmeras bolsas de estudo e pesquisa a médicos e técnicos e financiou diretamente setores-chave da saúde e medicina. Nesse sentido, a saúde pública brasileira, em especial a paulista, foi especialmente privilegiada pela Fundação.Entre as figuras beneficiadas pelo programa de concessão de bolsas e que estabeleceram relação direta com a Fundação Rockefeller nesse período está o famoso psiquiatra Antônio Carlos Pacheco e Silva, sendo que essa pesquisa pretende investigar como o médico estreitou laços com a Fundação e por meio disso, como a organização financiou o estabelecimento do campo psiquiátrico paulista, que durante a primeira parte do século XX teve Pacheco e Silva como grande figura de direção.


Iris Vitorino dos Santos - Mestranda em História/Unifesp

Título da pesquisa: Porões do Juquery: Investigações sobre internações no Juquery durante o Regime Militar (1964 - 1985)

Inaugurado no ano de 1898 e em funcionamento até o ano de 2021, o Hospital do Juquery, que hoje forma o Complexo do Juquery com diversas alas, funcionou por mais de um século como máquina de limpeza social. Desde o início de sua atuação na sociedade paulista, e durante todo o seu funcionamento, o Hospital, enquanto instituição financiada pelo Estado, excluiu e controlou existências dissidentes. Passando por períodos de repressão da História do Brasil, desde o higienismo até à Ditadura Militar, seu declínio se iniciou com a redemocratização a partir de 1985.

Já no ano de 1991, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu uma denúncia de que teriam ocorrido crimes políticos no Juquery durante a Ditadura Militar (1964-1985), e que diversos militantes haviam sido internados, e torturados e mortos no Hospital. O recebimento desta denúncia motivou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, presidida pelo deputado Roberto Gouveia (PT), que recebeu diversos depoimentos e documentos para investigação da denúncia. Alguns dos registros desta CPI foram anexados aos Dossiês investigativos da Comissão da Verdade em 1992.

A pesquisa aqui proposta, tem como objetivo analisar os documentos produzidos durante a investigação da chamada CPI do Juquery, e trazer luz aàs descobertas da Comissão que necessitam ser amplamente analisadas e divulgadas.


Luis Felipe Lemos - IC/Unifesp

Título da pesquisa: Novas concepções de psiquiatria no brasil: processo de reforma psiquiátrica (1978-2003)

A Reforma Sanitária, em seu desdobramento para a Reforma Psiquiátrica no Brasil, teve um impacto direto na redemocratização do país. O movimento pode ser entendido como um processo que se deu pela organização dos trabalhadores da área da saúde, influenciados pelo psiquiatra Franco Basaglia. Em 1978, de forma pioneira, o médico ajudou a efetivar a lei de Reforma Psiquiátrica da Itália, que implicou no fechamento de manicômios. Em seguida esteve presente no Brasil, e chegou a comparar o Hospital Psiquiátrico de Barbacena ao holocausto. Sua crítica ajudou a tecer uma concepção humanitária que propunha enxergar o paciente de forma mais humana e sociável. Fruto do Movimento Antimanicomial, temos no ano de 1987, em São Paulo, o surgimento dos primeiros atendimentos psicossociais, com os respectivos Centros e Núcleos de tratamento, até a consolidação da Lei 10.2016/01- Reforma Psiquiátrica, que consolidou esses estabelecimentos como forma de tratamento oficial pelo Sistema Único de Saúde. A Reforma Psiquiátrica no Brasil foi um processo que contou com o engajamento de profissionais críticos, e culminou em um conjunto de debates sobre uma nova percepção de saúde pública e mental que incidiu fortemente sobre o sistema de saúde no Brasil.

Maria Alice Mendes Pereira - Mestranda em História/Unifesp

Título da pesquisa: Mulheres Nos “Porões Da Loucura”: Representações de gênero no Hospital Colônia de Barbacena (1979)

Este projeto tem como enfoque a análise das representações de gênero e raça no Hospital Colônia de Barbacena-MG, em 1979. Este ano foi marcado pela Luta Antimanicomial e uma série de denuncias a respeito das condições de vida e tratamento destinados aos/as loucos/as no Brasil. Até a reforma psiquiátrica, pessoas acometidas por doenças mentais ou que não se enquadravam nos modelos sociais estabelecidos eram enviadas aos Hospitais Colônias, nos quais o isolamento social era parte do tratamento. Esse trabalho se faz importante, pois tem como intuito entender de que forma as mulheres negras internas foram representadas na série de reportagens intitulada Nos Porões da Loucura, veiculada no jornal Estado de Minas, e no documentário Em Nome da Razão. As fontes foram produzidas num período de transição do modelo psiquiátrico de internação e isolamento social, até então dominante, para a democratização do atendimento. É importante destacar ainda que esse foi um período de inflexão da Ditadura Militar no Brasil, instaurada após o Golpe de 1964, as políticas de saúde durante este período tiveram uma tendência à privatização, os lucros eram altos e por esse motivo alguns autores chegam a falar em uma indústria da loucura.


Maria Fernanda Pinheiro Oliveira - Graduanda em História/Unifesp

Título da pesquisa: As Aproximações entre Medicina e Direito entre as décadas de 1840 e 1860 no Brasil

Compreendendo que o saber médico do século XIX tinha como base uma abordagem correlacionada entre ordem social e saúde pública, é possível observar nas teses dos médicos aspirantes ao título de "doutor" uma recorrência de ideias sobre o controle do espaço urbano e da população considerada perigosa - tais como delinquentes, libertinos, prostitutas, loucos e vagabundos. Essas teses abordavam temas como medicina legal, legislação criminal, prostituição, aborto, frenologia e higiene das prisões, dentre outros assuntos relacionados, indicando "falhas" na legislação criminal decorrentes da falta de consideração do conhecimento médico na formulação das leis. Diante disso, esta pesquisa visa analisar as aproximações entre medicina e direito entre as décadas de 1840 e 1860 no Brasil, a fim de identificar os interesses envolvidos em seus discursos e a quantidade de teses relacionadas ao assunto ao longo do período em estudo.


Michele Piacente - Mestre em História pela Unifesp/CNPq

Título da pesquisa: Olhares sobre a socialização da medicina na Associação Paulista de Medicina (anos de 1940 e 1950)

A prática médica sofreu mudanças significativas na passagem do século XIX para o XX no Brasil. Os médicos ganharam cada vez mais destaque devido a pelo menos três fatores: a incorporação de novos recursos tecnológicos e terapêuticos, a afirmação da medicina como ciência e o esforço das nações para aumentar o acesso de suas populações aos serviços de saúde. A criação de entidades como a Associação Paulista de Medicina (APM), segunda associação médica da cidade de São Paulo, e, posteriormente, o desenvolvimento de um debate em torno da expressão socialização da medicina, fazem parte dessa conjuntura de mudanças corporativas. No intuito de investigar os sentidos da chamada socialização da medicina selecionamos os médicos da APM que escreveram sobre o tema, escolhendo como fonte principal a Revista da Associação Paulista de Medicina, que começou a ser publicada em 1932, e que chegou a uma tiragem de 4000 exemplares no início da década de 50. A forte oposição da APM ao que se chamou de ―socialização unilateral da medicina‖ e a realização de um congresso sobre a questão organizado pela instituição foram fundamentais para as escolhas dessa pesquisa. A existência de vários usos para a expressão destacada foi observada e para compreender o que cada médico entendia por socialização será preciso analisar seus discursos (ações), suas práticas (vínculo institucional) e suas relações (vínculos pessoais e políticos). O intuito dessa pesquisa é iniciar uma análise dessa expressão, que muitas vezes é utilizada até os dias atuais para se referir às diferentes formas de expansão do acesso à assistência médica em países como o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo.


Miriã Galvão - IC/Unifesp

Título da pesquisa: Saúde Mental na Unifesp campus Guarulhos: Dilemas e complexidades (2015-2019)

A pesquisa tem por objetivo investigar as políticas teóricas e práticas disponibilizadas pela instituição para garantir a permanência e melhor vivência dos alunos com transtornos mentais dentro do espaço acadêmico, em contrapartida e diálogo com as declarações desses mesmos alunos, para que possamos compreender a efetividade dessas políticas, e as lacunas que demonstram complexidade no que diz ao assunto. Para tal, serão usados documentos disponibilizados pela PRAE, como “Considerações sobre o suicídio”, “Política de álcool e outras drogas”, “Política de alimentação”, “Código de conduta dos estudantes”, e os Relatórios que apresentam dados do perfil do(a) estudante ingressante da Universidade Federal de São Paulo relacionados à saúde de 2015 a 2019, elaborados pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Pró-Reitoria de Graduação. Ademais, também utilizaremos como parte da documentação entrevistas feitas com os alunos em questão, a partir dos códigos de ética da História Oral e com a intenção de compor narrativas de vidas.

Mirna Brito Santana - Mestranda, História, Unifesp/Fapesp

Título da pesquisa: A experiência da Misericórdia de São Paulo entre 1800 -1850

Quando pensamos em caridade e assistência aos desvalidos no início do século XIX em São Paulo, tratamos, sobretudo, da Irmandade Santa Casa de Misericórdia. Entretanto, não é possível entender esta experiência sem definir algumas relações que se estabeleciam com o poder público da época, especialmente configurado na Câmara de Vereadores. As atas da Câmara, assim como periódicos da época e as correspondências trocadas entre as respectivas figuras de autoridade da província e da Irmandade, demonstram que termos como política e assistência eram recorrentes no cotidiano, tanto da administração pública como na documentação da Irmandade da Misericórdia. Nesse sentido, esse projeto pretende estudar a dinâmica das práticas de caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia em consonância com as políticas públicas e cotidianas da São Paulo na primeira metade do século XIX.


Rafaela Cristina Avelar - Mestre em História, Unifesp

Título da pesquisa: Entre a norma e o ideário: o Barão do Lavradio e a saúde pública no Brasil oitocentista (1864 -1881)

Esta pesquisa analisa as ações em saúde pública no decorrer do século XIX no Brasil, entre os anos de 1864 e 1881, período em que o Dr. José Pereira Rego, conhecido como o Barão do Lavradio, ocupou o cargo de presidente efetivo da Junta Central de Higiene Pública, com sede na cidade do Rio de Janeiro, Corte Imperial. Trata-se de estudar ações de caráter higienista esperando-se compreender os conteúdos do discurso do Barão em relação à população pobre e escrava da cidade do Rio de Janeiro e à sua pressuposta influência nas medidas e intervenções urbanas relacionadas à saúde.


Tairini Ayhu Cruz Aparicio de Almeida – IC/Unifesp/Fapesp

Título da pesquisa: Arte e Psiquiatria: O discurso do médico Osório César (1925-1939)

Esta pesquisa tem por objetivo analisar o discurso médico do psiquiatra Osório Thaumaturgo Cesar (1895-1979), entre 1925 e 1939, período em que era residente e funcionário do “Asilo de Alienados do Juquery”. Sua produção, na área da saúde mental, tem embasamento teórico nas obras do psicanalista Sigmund Freud (1856-1939), nos estudos da época sobre arte – tanto relacionados à medicina quanto aos não relacionados - e na produção artística dos “alienados” do Juquery. O Asilo, neste período, era dirigido pelo médico eugenista Antônio Carlos Pacheco e Silva (1898-1998). Sendo assim, pretende-se compreender como e quando a abordagem ligada à arte, e à, então recente, psicanálise freudiana, foram inseridas nos estudos e nos tratamentos do Asilo. Esta indagação é importante, porque Osório começou sua pesquisa justamente em um momento em que a direção de Pacheco e Silva seguia um preceito cientificista. Para tal, conforme apontado pelo historiador britânico Quentin Skinner[3], será necessário perscrutar sua trajetória, suas obras e o contexto político e histórico no qual Osório esteve inserido. Como fontes básicas serão utilizadas duas obras de Osório, sendo elas “A expressão artística nos alienados - Contribuição para o estudo dos símbolos na arte” de 1929 e “Misticismo e Loucura” de 1939. Ademais serão examinadas algumas notícias dos jornais Folha, além dos documentos, obras e pertences do médico, existentes tanto no Museu Osório Cesar quanto na Biblioteca Municipal de Franco da Rocha – SP. Por fim será examinada a produção acadêmica atual, que dialoga com a disputa sobre saúde mental em pauta na época.