Palestrante: Isabel dos Guimarães Sá - (Universidade do Minho e investigadora integrada do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da mesma universidade (CECS))
Data: 30/09/2021 as 18hs
Resumo: Ainda que competisse à Coroa estimular a fundação e proteger as misericórdias – que viriam a ser as principais instituições de caridade em Portugal e no seu império-, as suas possibilidades de as custear eram limitadas, passe a ausência de um sistema unificado de impostos e a constante mobilização de recursos para outras despesas (militares, de representação, tenças, etc.). Dessa forma, as instituições tinham de proceder a uma angariação constante de recursos, quer através de esmolas e doações inter-vivos, mas sobretudo a partir da captação de heranças e legados dos defuntos. Conventos, abadias, igrejas paroquiais, ordens terceiras, confrarias, hospitais, e Misericórdias contavam com o património dos mortos para sobreviver. Sob a forma de terras, muitas vezes vinculadas, padrões de juro, propriedades urbanas, mas também através do dinheiro procedente da venda de recheios de casas e quintas (animais, alfaias, móveis, jóias, roupas), e pessoas escravizadas. Bens convertidos em dinheiro, por sua vez gasto em celebrações em prol da salvação da alma, entre as quais se incluíam as práticas de caridade, ainda que numa proporção menor do que as celebrações litúrgicas. É esse universo de dádivas e contra-dádivas que será explorado ao longo do seminário, partindo do estudo de caso da Misericórdia do Porto.
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